Nem Capitalismo nem socialismo , estamos indo para um modelo híbrido

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Sim, nem capitalismo nem socialismo, algo bem melhor se aproxima.

A dualidade sempre esteve presente nos homens

Uma das características principais do ser humano nesse plano terreno é a dualidade, sempre olhamos julgando as coisas em uma perspectiva de sim ou não, incorporamos esse comportamento em nossa realidade e sempre foi essa postura que deu a tônica na nossa relação com o mundo e com as pessoas, preto ou branco, cristão ou budista, rico ou pobre, feio ou bonito e claro capitalista ou socialistas.

A polarização teve seu grau de importância

Vamos nos ater aqui nesse artigo a dualidade capitalistas versus socialistas .

É notória a acentuada polarização que vivemos atualmente, principalmente com a possibilidade democrática de expressão proporcionada pela internet via redes sociais.

Esses dois modelos vêm sendo discutidos com grande recorrência.

Sobre uma perspectiva negativa o extremo nas discussões têm levado a grande intolerância e por vezes a cisão de amizades,  inclusive dentro do âmbito familiar.

Em uma perspectiva positiva, essas discussões têm sido de extrema relevância para todos.

Um número enorme de pessoas e até mesmo adolescentes entraram no mérito para emitir sua opinião.

Isso é maravilhoso, pois nossa realidade presente e futura depende muito também da escolha dos modelos de economia politica e de mercado que optamos.

E esse tipo de tema descer ao cidadão cidadão comum e não ficar restrito apenas a políticos e intelectuais é um grande avanço.

O que formou o conceito e aplicação desses sistemas seja capitalismo ou socialismo foi a ideologia de lideranças e pensadores, o socialismo foi forjado por Karl Max já o capitalismo teve seus fundamentos produzidos por Adam Smith.

Portanto são formas de governar o Estado e a economia que partiram de idéias e pensamentos de determinados indivíduos.

Um novo modelo deve surgir sem referências ideológicas

Compartilhar, unir, trabalhar em conexão pelo planeta e não apenas pelo seu próprio núcleo familiar, isso é para onde estamos apontando.

A grande característica do sec 21 será a solução de problemas de forma compartilhada.

A questão é que de forma subliminar , estamos caminhando para um modelo bem diferente tanto do capitalismo como do socialismo e o interessante é que nesse novo modelo não há liderança , não há ideologias, nem conceitos e nem bases de pensamento de absolutamente ninguém,  está sendo um processo natural de evolução através da tecnologia e alguns novos fenômenos econômicos e sociais (crowdeconomy)

Estamos caminhando para algo meio híbrido, onde teremos uma democratização de bens (economia compartilhada) e principalmente de acesso para todas as pessoas (base do pensamento socialista) preservando todavia a liberdade de livre iniciativa , empreendedorismo , etc (base do pensamento capitalista) .

Compartilhamento de bens sem o ranço totalitário do socialismo e a preservação do que é mais importante para o capitalismo: a liberdade.

Parece sonho ou algo utópico, mas isso são interpretações das entre linhas do que as novas tecnologias e os novos fenômenos econômicos e sociais já nos apresentam o que em certa medida nos permite ver para onde estamos indo.

São ensaios de coisas que já estão acontecendo e é possível diagnosticar.

Economia compartilhada, mídias sociais e as novas tecnologias são os produtores da mudança

Esse processo começou com o advento da internet que por sua vez permitiu a chegada das mídias sociais .

Tivemos aqui um grande movimento de rede onde informações e negócios começaram a circular , o custo de acesso a informação e música por exemplo baixaram significativamente.

Na sequência e na mesma linha de troca entre pessoas surgiu a economia compartilhada que vêm permitindo um acesso enorme de inúmeras coisas (não só Uber e Airbnb) com preços bem mais acessíveis.

Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Impressão 3D e as demais tecnologias da Industria 4.0  (Ver o artigo  “O Novo Mundo e a nova era nos negócios e na sociedade“) vão viabilizar uma redução de custos nunca vista para nós bem como a possibilidade de empreender extraordinariamente devido ao fácil acesso a tecnologia em especial pelo fator preço.

Preço de insumo baixo, muitos se estimulam a empreender, quanto mais empreendedores, maior competição, maior competição mais redução de preço, redução de preço, sinônimo de maior facilidade de acesso a bens.

Isso associado a explosão da economia de compartilhamento no mundo , temos mais ou menos configurado para onde estamos indo. 

Um Estado cada vez menor

Nessa toada, a tendência é que o Estado venha perder muito a força.

O estado exerce seu poder através da vigilância do cidadão em especial sobre o seu dinheiro, contudo isso vai ser, com o tempo, muito difícil de se perpetuar, pois estamos seguindo para uma economia descentralizada e de bases criptográficas, ou seja, para a criptoeconomia.

Isso é inexorável.

É para lá que estamos indo.

As chamadas exchanges (casas de câmbio) descentralizadas devidamente amadurecidas estão prestes a sair do forno.

Traduzindo, isso significa as pessoas poderem transacionar dinheiro sem transitar por Bancos oficiais.

Sobre isso a pergunta natural a se fazer é “Ok, mas em algum momento esse dinheiro deverá passar pelos bancos oficiais”, e a resposta é na medida que mais pessoas aceitarem as criptomoedas não haverá necessidade de conversão para o dinheiro tradicional.

Provavelmente o sistema financeiro como o conhecemos não se sustentará , o mercado P2P (transações direta de uma pessoa a outra) crescerá absurdamente nos próximos anos, e isso tira a necessidade e dependência de Bancos. 

O mundo se “horizontalizando”

Portanto , de forma mais resumida e objetiva, a tendência é uma redução de custo cada vez maior decorrente da redução de custo da tecnologia que por sua vez associado ao crescimento da economia compartilhada provocará cada vez mais acesso das pessoas democratizando e tornando mais justo o sistema.  

Um Estado cada vez menos forte, sistema financeiro tradicional sendo dissolvido e substituído por transações financeiras diretamente entre as pessoas.

Seja no sistema capitalista ou comunista há muitas instituições centralizadas e hierarquizadas que operam e viabilizam a sociedade.

Essa dinâmica toda que me referi acima com redução de preço, economia compartilhada, etc são verdadeiras roedoras das bases do antigo sistema e de suas instituições.

Em função disso estamos passando de um mundo centralizado para descentralizado , de vertical para horizontal.

Não dá para ser assertivo e exaurir a discussão de como exatamente estará a configuração de funcionamento desse novo modelo, pois há inúmeras variáveis para consolidação do mesmo. 

Aqui trata-se apenas perspecivas das bases onde essa nova formação híbrida poderá estar sustentada.

Acredito que passaremos por turbulências, pois há sempre um preço a pagar em mudanças, principalmente radicais como essas, contudo logo depois vislumbro um futuro muito positivo e abundante.

Poderemos enxergar com mais clareza essas colocações nos próximos três anos, uma vez que os fatos elencados aqui vão se acentuar dia a dia e  poderemos testemunhar isso com cada vez mais facilidade.

O sistema socialista é algo já morto e a história provou que não é eficaz, por sua vez o sistema capitalista embora menos pior vamos dizer assim é por sua vez disfuncional pois não dá para aceitar que apenas 62 pessoas em todo mundo detenha 50% da riqueza mundial, há algo errado ai.

Todas essas são possibilidade e só o tempo poderá confirmar.

Por Carlos Renato

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