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Recentemente ví uma entrevista do empresário Caito Maia, dono da Chili beans, e achei interessante a diretriz que ele dá a sua equipe quanto a Feiras de tendências de óculos que acontecem anualmente em Milão.
Ele proibiu terminantemente de qualquer um de sua empresa participar dessas Feiras de Tendência.
Como assim??!!
Antes de informar as razões dessa posição de Caio e qual a minha avaliação à respeito, devemos entender e esclarecer na atualidade, o que representa a analise de tendências como parte da rotina de um negócio.
Porque a análise de tendências pela Economia Tradicional nunca foi prioridade
Historicamente, para a economia clássica a qual estamos deixando, analisar tendências não era algo recorrente visto que como as coisas sempre funcionaram linearmente, as mudanças demoravam a chegar e quando chegavam não eram com o mesmo nível de agressividade que vemos hoje.
Sempre foi mais importante focar na qualidade de produção, otimização do produto, melhoria contínua de processos, etc, pois a ordem é entregar o produto da forma mais rápida e melhor possível.
E em certa medida, nada errado até aqui, pois, nos moldes da economia convencional, muitas organizações obtiveram sucesso sem adotar com muita prioridade o aspecto tendências.
Os ventos mudaram e a Nova Economia chegou.
Mas as coisas evoluem, mudam de lugar, se reciclam, sejam coisas macro ou micro e o macro já mudou absurdamente.
Embora no começo, já estamos em uma sociedade exponencial, portanto o que hoje adoto como processo ou valor do meu negócio, em curto espaço de tempo vou precisar reformatá-lo.
E é justamente ai que entra a importância de analisar as tendências e para onde estão indo as coisas.
Dentro dessa linha de raciocínio, é fácil deduzir que analisar e compreender as tendências deve ser trazido como uma das prioridades na atualidade.
Seguir a manada ou minhas próprias tendências?
Pois bem, vamos analisar agora o posicionamento de Caio, empresário que citei acima no texto. Ele justificou que se seus líderes forem para uma Feira dessa natureza eles se contaminariam e o que ele deseja é justamente sua empresa viajar em suas idéias independente de tendências quaisquer que sejam.
Interessante, muito interessante e eu concordo com ele, só faço algumas ponderações e ressalvas.
Pois precisamos aplicar aqui uma das coisas mais importantes seja qual seja seu negócio ou atividade profissional: o bom senso.
A disrupção e inovação, características centrais do novo mundo, são justamente o contraponto ao senso comum, portanto nesse aspecto ele está correto.
Mas isso não significa que devamos fechar os olhos completamente para as tendências macro.
O caminho do meio: Tendências macro e tendências individuais
O bom senso para você, seja dono ou líder de seu negócio, é saber quando vai puder e faz sentido quebrar o senso comum.
Por exemplo, é de conhecimento generalizado que estamos caminhando cada vez mais para um mundo em rede. O empreendedor e gestor que têm acompanhado esses movimento de perto já vêm fazendo seu dever de casa no sentido de, sabendo quais implicações dessa macro tendência em seus negócios, vêm providenciando mudanças radicais nos seus processos e produtos e eles têm conseguido se afinar e se adequar a nova realidade.
Agora imaginemos alguém que leve a ponta de faca a colocação do dono da Chili Beans e coloque na cabeça que não há necessidade de olhar nenhuma tendência, este não estaria nem sequer entendendo o que os movimentos em rede estão produzindo no que se refere a mudanças e ameaças a seu negócios e com certeza irá sucumbir.
Essa postura é um enorme tiro no pé.
Acho que o melhor caminho, é o caminho do meio, ou seja, estar ciente dos caminhos macro do mundo e em paralelo seguir suas convicções individuais que tenham coerência.
Com muito bom senso e olhando antes para o marco, siga suas convicções individuais sim, são também indispensáveis pois através delas será possível a inovação.
Seguir suas convicções será algo cada vez mais normal, pois estamos indo para um mundo cada vez mais plural.
Por Carlos Renato
